Quem da área da saúde nunca ouviu falar de telemedicina? A utilização de equipamentos tecnológicos audiovisuais na prática médica vem ganhando cada vez mais espaço e, diante dos resultados já obtidos, tem se mostrado promissora.
É preciso entender que a realização de uma consulta médica por vídeoconferência requer o aval e a normatização partindo de instituições referências na área, como o Conselho Federal de Medicina (CFM).
No início de 2019, houve diversas discussões acerca do assunto, ressaltando os pontos positivos e ponderando os negativos. Quer ficar por dentro do assunto? Então, continue a leitura!
A princípio vamos esclarecer alguns pontos importantes cujo conceito é essencial para discernimento de ideias. A telemedicina, por exemplo, enquadra-se na utilização de recursos audiovisuais a fim de favorecer a assistência em saúde, como a realização de laudos radiológicos à distância.
Já a teleconsulta retrata o âmbito de realizar o atendimento independentemente da distância, por meio de uma videoconferência entre as partes envolvidas. Em suma, é de fato uma consulta, porém com as limitações de cada um estar um uma localidade.
É importante ressaltar que os aparelhos que possibilitam a vídeoconferência devem seguir a padronização imposta para a prática, prezando sempre pelo uso de tecnologias seguras no tocante da comunicação online.
Mas, afinal, como é possível fazer uma consulta médica por vídeoconferência? No Brasil, essa discussão tem se estendido a fim de alinhar a prática com os anseios da comunidade médica. O CFM aprovou, no início de fevereiro de 2019, uma resolução com 23 artigos normatizando a telemedicina. A última atualização havia sido feita em 2002.
O ponto mais importante e de maior polêmica foi a aprovação da teleconsulta, que seria realizada com o médico de um lado e, do outro, o paciente acompanhado por um profissional da saúde.
Tal medida inflamou a discussão dos médicos espalhados pelo país, alguns defendendo as atualizações e outros criticando veementemente a realização da consulta sem o chamado “olho no olho”.
Diante da polêmica gerada, no final do mesmo mês o Conselho optou por revogar os 23 artigos previamente aprovados, com o intuito de revisar os pontos mais colocados em discussão juntamente com a Associação Médica Brasileira (AMB).
Antes que seja discutida a implementação da consulta médica por vídeoconferência no Brasil, ressaltamos que tal prática já é observada em diversos outros países.
Um deles são os Estados Unidos, cujo método foi amplamente difundido. Lá, cada estado adota uma política acerca da teleconsulta. Há aqueles sem nenhuma restrição quanto à prática. Já outros, solicitam ao menos uma consulta presencial. Por fim, parte deles também defendem a ideia de outro profissional da saúde acompanhar o paciente, enquanto é realizada a consulta com o médico por vídeo.
No Brasil, a telemedicina é aplicada em alguns contextos que retratam cases de sucesso. O primeiro deles é o programa de teleconsultoria realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que recebe apoio até mesmo do Ministério da Saúde.
O sucesso desse programa pode ser observado tanto na prática quanto nas estatísticas: 6 a cada 10 casos são resolvidos nas unidades básicas, sem necessidade de encaminhamento para médicos especialistas. Isso reduziu em 47% a fila de espera para níveis superiores de atenção.
O segundo exemplo é o trabalho realizado no Hospital Albert Einsten, onde profissionais especialistas conseguem auxiliar os médicos generalistas por meio de tecnologia de ponta, envolvendo até mesmo uma câmera de 360º na vídeoconferência. Tal projeto também tem sido muito bem-sucedido.
A partir do momento em que são utilizados equipamentos mediadores da comunicação por vídeo, a distância entre os envolvidos não figura como um impedimento para troca de idéias.
Portanto, a prática da videoconferência pode ser muito benéfica para áreas de difícil acesso, visto que leva assistência em saúde para uma população carente do serviço, residente de áreas remotas e não habitualmente frequentadas por especialistas.
Além de permitir a comunicação entre médico e paciente, a videoconferência possibilita a troca de experiência entre os próprios profissionais. Portanto, proporciona a discussão de casos complexos e que carecem de uma segunda opinião, de modo que o diagnóstico se torna mais apurado. Em suma, a telemedicina estreita os laços entre generalistas e especialistas, sendo o paciente o principal beneficiado.
A consequência direta do estabelecimento de um diagnóstico preciso é a adoção de uma conduta mais bem direcionada para o caso em questão. Além da precisão, a velocidade de elaboração da hipótese diagnóstica é essencial para iniciar o tratamento o quanto antes. A telemedicina otimiza o tempo e assegura agilidade no próximo passo da assistência.
Para que seja possível alcançar a eficácia, eficiência e efetividade da consulta médica por vídeo conferência, é necessário contar com recursos e equipamentos de qualidade, a fim de garantir a segurança em todos os trâmites envolvidos. Assim, todos os dados e relatos das consultas devem ser devidamente protegidos por meio de medidas de segurança
Um aspecto pouco comentado da vídeocoferência, porém muito relevante, é a redução de estresse que o paciente apresenta em uma consulta “normal”. Muitas pessoas demonstram fobia de locais de saúde, dos profissionais da área e até mesmo de equipamentos utilizados no setor.
Os anseios mencionados acima podem figurar como motivo suficiente para que o paciente não busque por assistência e auxílio quando necessário. Por outro lado, ao realizar a consulta por vídeo, o paciente vai se sentir confortável e esse fator é crucial no fortalecimento da relação entre ele e o médico.
Viu só como a consulta médica por vídeoconferência oferece diversos benefícios para todas as partes envolvidas na assistência em saúde? As estatísticas não mentem e o sucesso na experiência do paciente é alcançado. Para tanto, é fundamental que as clínicas e consultórios sejam dotados de tecnologia que viabilizem esse tipo de recurso.
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